segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Explicando (mais uma vez)

Já disse, mas nunca é demais repetir, que eu (e muita gente melhor do que eu) acho a palavra a invenção mais genial feita pelo homem (pelo ser humano, eu sei, feministas de plantão!). Não adianta virem me dizer que uma imagem vale mil palavras porque logo peço humildemente: "Diz isso sem palavras".

Aproveito o ensejo (!) pra explicar aos mais atrasadinhos que, ao contrário do que pensam grandes eruditos, a palavra não é gerada, nem foi criada, no córtice cerebral, que o vulgo chama de massa cinzenta. O córtice cerebral é que foi criado pela palavra. A ânsia do ser humano (eu sei, machista de plantão, o homem) se exprimir, de, por exemplo, transmitir a outro ser humano que tinha visto um negócio explodindo em fogo vindo do céu: "Rá Rá iii!", criou no breve período de um milhão de anos, a palavra raio.

Daí ao cognitivo da anomia foi um passo (não adianta o leitor tentar entender o que pretendo dizer com isso, estou só imitando os eruditos).

Por esse meu culto da palavra é que aproveito qualquer oportunidade pra sacanear qualquer pretensão de não só pretender dominar sua substância e uso, mas sequer supor que isso pode ser feito. E, maldição!, semanticamente está provado que só podemos proibir o que podemos nomear, denominar. Enquanto não havia a palavra mãe, pai, filho, filha, não havia incesto.

Millôr Fernandes
*copiado daqui

2 comentários:

Gabriel disse...

O Millôr é muito bom... Depois te empresto uma entrevista dele no Pasquim (ótima, feita pelo próprio pessoal do Pasquim). Beijoca.

Anônimo disse...

Eu tava lendo...lendo...e pensando...onde a Gabbi comprou essa maconha que fez ela ficar tão doida e fazer um texto desse?!
Bem, ao final segue a resposta: autoria do Millor
Tá explicado...rs...!
Beijos irmã